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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Anos 40 - Era de ouro do rádio



Bombas explodem na Europa. A indústria de propaganda nazista produz mais vítimas que seu forte aparato militar nos campos de batalha. A transmissão radiofônica de “A guerra dos mundos”, de Orson Welles, faz nove milhões de americanos acreditarem que Nova Jersey tinha sido invadida por extraterrestres. Consolidava-se ali, o mais forte meio de convencimento, persuasão e influência da primeira metade do século XX. O rádio.
Na parte oeste do lado de baixo do Equador, mais precisamente no Brasil, as coisas eram mais calmas. Mas com o fim da Grande Guerra, fervilhou um polo de industrialização e consumo como nunca se viu na história do país até então. Uma ótima chance para grandes empresas multinacionais expandirem seus negócios buscando novos mercados.
Assim foi a década de 40 no Brasil. Um período de crescimento industrial e social que despertou no inconsciente coletivo que aquele era realmente o “País do Futuro”. Mas nada disso interessava muito aos brasileiros comuns. Para a maioria dos habitantes da grande nação que acompanhava as transformações do mundo pelo rádio, o importante era saber quem seria coroada a Rainha do Rádio no final da década.




 
O Brasil e o Mundo nos anos 40
A máquina de guerra e de propaganda nazista assola a Europa durante a 2ª Guerra Mundial. A Alemanha, antes da guerra, era um país referência nas artes, ciências, literatura e filosofia. Despontavam grupos de intelectuais e humanistas cultos que produziam arte e cultura para o resto do mundo. Num curto espaço de tempo, essa vanguarda cultural daria lugar a uma grande massa de “amebas não pensante”. Os pesquisadores deste fenômeno na época, concluíram que o rádio foi o grande responsável por essa mudança tão brusca. Tudo isso devido ao grande poder de convencimento, persuasão e influência sobre a audiência, exercido pelo rádio.
No Brasil, o governo de Getúlio Vargas criava o DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda, responsável tanto pela propaganda veiculada pelo governo, quanto pela censura às ideias opostas ao regime totalitário de Vargas.
No dia 16 de outubro de 1941, nascia a Atlântida Companhia Cinematográfica do Brasil S.A. E um ano depois, O Brasil declara guerra aos países do Eixo, entrando definitivamente na grande batalha. Um ano depois, a Coca-Cola chega ao Brasil. Era o tempo dos cassinos, dos grandes shows e das vedetes. A ideia do País do Futuro alimentava o inconsciente coletivo.
No dia 7 de maio de 1945, a Alemanha se rende, dia 2 de setembro, é a vez do Japão. Com a visível decadência dos governos totalitários, não é difícil prever a queda de Vargas; e ela chega, em 30 de outubro do mesmo ano. Getúlio é deposto por tropas do Exército, o General Dutra assume seu lugar.
A arte e os direitos humanos renascem no pós-guerra. Em setembro de 1946, acontece o Primeiro Festival de Cinema de Cannes. No Brasil, as publicações literárias de maior destaque do período são “Seara Vermelha”, sétimo livro de Jorge Amado, e “O Lustre”, segundo romance de Clarice Lispector O Masp é inaugurado, em 12 de outubro de 1947, na sede dos Diários Associados, no centro de São Paulo. A ONU aprova, em 1948, a Declaração dos Direitos Humanos, definindo as liberdades fundamentais. Em dezembro, a cantora paulista Marlene vence o concurso patrocinado pela “Bombril” e “A Revista do Rádio” para a escolha da rainha do rádio no Brasil.
O rádio brasileiro nos anos 40 
Foi durante os anos 40 que o rádio atingiu seu apogeu, destacando-se como a principal "mass media", atraindo parte substantiva das verbas publicitárias. As próprias emissoras se transformam em anunciantes promovendo sua programação e seus artistas para poder disputar patrocínios.
O rádio já é o grande canal de informação. Com uma programação bastante eclética. Onde os patrocinadores podiam escolher o público que pretendiam atingir. As emissoras estruturam os seus Departamentos Comerciais, expandindo investimentos e consolidando sua influência sobre a audiência. Com uma leitura do cotidiano através da produção ficcional radiofônica, o rádio possibilitou a construção de uma identidade popular nacional.
Em 1946, acontece o I Congresso Brasileiro de Radiodifusão. Ali é aprovado o Código Brasileiro de Radiodifusão que trata, em seu Capítulo XVII, da Publicidade Comercial. É definida a duração máxima de uma peça publicitária em 120 segundos, com intervalo obrigatório de 2,5 minutos entre os anúncios.
Aparece o rádio esportivo em São Paulo. Acontece a presença feminina no rádio do Rio de Janeiro. São grandes as transformações históricas e técnicas com a fundação dos Diários e Emissoras Associadas, de Assis Chateaubriand. O grande nome das comunicações da época no país.
As principais emissoras de rádio eram: No Rio de Janeiro: Rádio Nacional, Rádio Mayrink Veiga, Rádio Globo, Rádio Clube, Rádio Guanabara; em São Paulo: Rádio Record, Rádio Tupi, Rádio Bandeirantes, Rádio Cultura - “A voz do Espaço”, Rádio Difusora - “Novos horizontes para os seus produtos”, e não esquecendo, “A Primeira em poder de vendas no Nordeste” - Rádio Clube de Pernambuco.
“Senhoras e senhoritas, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro apresenta - ‘Em busca da felicidade’, emocionante novela de Leandro Blanco.” Com esse prefixo, entrava no ar às 10h30, uma inovação que se transformou em um dos hits da época: a radionovela. O Creme Dental Colgate, “criador dos mais belos sorrisos”, patrocinou durante dois anos, a novela produzida nos estúdios da Standard, agência que tinha a conta do patrocinador, a Colgate-Palmolive.
Com base em noticiário fornecido pela UPI - United Press International, a McCann-Erickson criou para um de seus clientes um programa de rádio jornalismo. Em 28 de agosto de 1941, às 12h45, foi ao ar, através da Rádio Nacional, a primeira edição do “Repórter Esso”, “testemunha ocular da história” e “o primeiro a dar as últimas”. A voz de Romeu Fernandez anunciava o ataque de aviões da Alemanha na Normandia durante a 2ª Guerra Mundial. O grande líder do programa foi o gaúcho Heron Domingues. Em São Paulo a transmissão era feita pela Record PRB-9. A credibilidade do noticiário era tão grande que o público só acreditava nas notícias se confirmadas pelo Repórter Esso. O programa ficou no ar até 31 de dezembro de 1967, sempre com a chancela dos “postos de serviço e revendedores Esso”.
Em 1942, a Rádio Nacional inaugurou a primeira emissora de ondas curtas do país passando a transmitir seus programas para todo o território nacional, o que a torna uma estação ainda mais atrativa para os patrocinadores. A qualidade técnica dos programas e a contratação de profissionais altamente qualificados garantiram à Nacional altíssimos índices de audiência e transformaram a emissora em um modelo a ser seguido. Dois segmentos garantiram o sucesso da emissora em todo o território nacional: as radionovelas e os programas musicais.
Em 1945, o mundo viveu a euforia do fim da guerra, e o rádio era ainda o grande e instantâneo canal de informação. Proliferam anunciantes, agências de propaganda e publicitários. Inventam concursos como nova forma de mídia, jingles políticos causam frisson e as “pílulas de vida do Dr. Ross fazem bem ao fígado de todos nós”.
As emissoras desenvolvem planos para aumentar suas audiências e o volume de anunciantes. A Rádio Globo (RJ) atrai clientes e agências para seu auditório a fim de fazê-los sentir de perto suas potencialidades. As Emissoras Associadas, no Rio, só aceitam comerciais gravados por artistas de seu "casting" em seus estúdios. Aurélio Campos, então diretor artístico da Rádio Tupi (SP), determina que só poderiam ser irradiados comerciais gravados entre 18 e 23 horas, argumentando que “o texto gravado é prejudicial à estação e ao anunciante”. E assim passaram os anos 40.


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